Voltado para a janela vejo o dia lá fora, tão nublado como minha vida ultimamente. Venta tanto que poderíamos dizer estarmos perto do fim do mundo, bobagem.
Estou escondido de tudo que pode me machucar, estou escondido dentro de mim mesmo e por um momento achei que isso iria funcionar, me sinto uma criança estúpida, já passei dessa fase há tanto tempo.
Sabe quando dizem que o quanto mais alto você voa pior pode ser a queda? Não me dei conta de que poderia mesmo ser verdade, apenas estampei meu melhor sorriso e me deixei levar, diria estar em meu melhor momento, eu havia provado do amor. E hoje ele age contra mim.
Sabe quando dizem que o quanto mais alto você voa pior pode ser a queda? Não me dei conta de que poderia mesmo ser verdade, apenas estampei meu melhor sorriso e me deixei levar, diria estar em meu melhor momento, eu havia provado do amor. E hoje ele age contra mim.
O relógio faz um barulho engraçado no cômodo ao lado, por alguns segundos me assusto e volto à consciência. Sempre tão pontual, escuto a chave girando na fechadura e ele entra silenciosamente, ao me ver encolhido no canto da sala tira rapidamente o casaco o jogando em qualquer canto, caminha em minha direção e rapidamente me toma em seus braços.
“Fiquei tão assustado quando me ligou” Ele diz sem tomar fôlego. “O que foi que aconteceu, hum?”
“Só estava precisando de você, me perdoe” Reprimo um soluço.
E por alguns segundo ficamos assim. Ele me abraça da forma que preciso e meu coração se acalma aos poucos, como se por si próprio já pudesse notar que ele está ali.
Sem que pudesse entender o que acontecia ele me ergue em seus braços como quem carrega uma criança e naquele momento me senti como tal. Levou-me até minha cama e ali me deixou tão delicadamente como se fosse quebrar a qualquer momento.
Seu coração bate calmo a baixo de meu corpo e me deixei levar pela música que ele transmite, é meu calmante sem dúvidas. Seus dedos se enroscavam entre meus cabelos fazendo –propositalmente, com que eu fique sonolento, mas não quero dormir, acordaria sem ele comigo.
Seu coração bate calmo a baixo de meu corpo e me deixei levar pela música que ele transmite, é meu calmante sem dúvidas. Seus dedos se enroscavam entre meus cabelos fazendo –propositalmente, com que eu fique sonolento, mas não quero dormir, acordaria sem ele comigo.
“O que está acontecendo? Você me parece uma bagunça.” Em seus olhos consigo ver meu reflexo e entendo o que ele quer com isso.
O que estava acontecendo comigo?
Levanto minha cabeça de seu peito para olhá-lo mais facilmente. -Eu não sei, amor. – Ao ter consciência de como acabei de chamá-lo desvio os olhos rapidamente. Não podia estar me confundindo novamente, ele não me amava. Por Deus, até quando poderia suportar não tê-lo por inteiro? Seus pedaços já não me faziam feliz. “Talvez eu esteja desmoronando aos poucos. Pode ir embora se quiser, não quero que me veja quando estiver acabado.” Minha voz sai tão baixa que se não estivesse próximo de seu rosto teria certeza que não tinha me escutado.
E ele não disse nada, mas também não afrouxou os braços a minha volta.
“O que nós somos?” Corto o silêncio. “Não faz sentindo, nada faz sentindo aqui.”
“De novo isso?” Seu tom de impaciência é rapidamente notado e dessa vez não serei fraco diante seus olhos.
“Mas você nunca me respondeu” Digo o mais calmo possível, mesmo que meu coração dê saltos em meu peito.
“E...eu...” As palavras arranham minha garganta, até parecem fazer força pra que continuem onde estão e de onde não devem sair. “Sabe, quando apareceu foi como se tivesse juntado nossas vidas em uma só, mas claro, isso só pra mim. Ainda espero o dia em que venha me procurar e dizer-me que quer perder um pouco de seu tempo comigo. Isso nunca irá acontecer, não é mesmo?”
“Estar aqui não já é perder algum tempo com você?” Sua pergunta sai tão segura que me faz reprimir o choro.
“Não, você não quis isso, eu sei. Já pode recolher seu casaco e ir” Levanto-me da cama e me volto para a grande janela, me fazendo assim lhe dar as costas. “Talvez o silêncio nunca te perdoe... Espero que você esteja bem consigo mesmo”
Seus passos são ouvidos por mim, calmos. Como se meus olhos estivessem lhe seguindo o vejo vestir seu casaco e trilhar a sala até a porta, escuto a fechar com delicadeza e me deixo cair em um canto qualquer. Ele não voltaria, não precisava ser dito, eu já sabia.
E talvez eu não vá perdoar a mim mesmo depois te ter dito inúmeras vezes que o amava. Sou vitima de minha consciência, infelizmente ela ainda não é mais forte do que o sentimento que pulsa meu coração a cada segundo.
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